Obedecendo a Palavra sobre o dom de línguas

O que fala em outra língua a si mesmo se edifica...
(1 Coríntios 14.4a)

Hoje, na pluralidade e diversidade de igrejas, um dos meios que utilizamos para identificar se uma igreja é pentecostal ou tradicional é através da prática do dom de línguas. Vemos no meio pentecostal a utilização desenfreada e a teoria que só é batizado no Espírito Santo quem recebeu esse dom. No meio tradicional, praticamente a utilização é proibida.
A questão é que nem um e nem o outro estão certos em suas práticas. O dom de línguas é bíblico e é para hoje. Mas sua prática tem regras estipuladas por Paulo, o que vamos ver abaixo e por quais motivos devem ser assim.
Antes de prosseguir quero incentivá-lo a ler todas as referências bíblicas. A base vem delas.
Temos três textos principais que falam sobre os dons espirituais: Romanos 12.6-8; Efésios 4.11 e 1 Coríntios 12.4-10 28-31. Encontraremos nesses textos duas expressões interessantíssimas e que começam a fazer a diferença: “para edificação do corpo de Cristo” e “repartindo particularmente a cada um como quer” mostrando assim que a finalidade dos dons é a edificação do corpo. Todo dom deve ser utilizado para esse fim. Não devo me beneficiar com meus dons, mas sim o meu próximo, minha igreja, minha comunidade; e também que quem distribui os dons é o Espírito Santo como ele quer. Sendo assim, o dom de línguas, como de cura, de profetizar, de ensinar, de pastor, de misericórdia, etc... não são para todos, mas para aqueles que Ele quiser dar.
Interessante notar que Paulo fez um pacote para tratar desse tema, nos capítulos 12, 13 e 14 de 1 Coríntios. No capítulo 12 ele fala dos dons e da Igreja como um corpo (ora o corpo é somente olho? Somente orelha?). No final do capítulo 12 ele nos desafia a procurar com zelo os melhores dons, porém, já inicia o 13 com aquele dom que deveria ser perseguido por todos nós: o Amor (e que é maior que qualquer dom). No 14 ele vai falar sobre o dom de línguas e como utilizá-lo, porém, verificando sua vontade de não praticá-lo enquanto isso for o objetivo final, a obsessão, motivo de glória pessoal, sinônimo de espiritualidade, e não um meio de glorificar a Deus. De que adianta orar em língua se não amo meu irmão, se estou magoado com ele? Faço uma pausa para lembrar que a manifestação de dons espirituais, principalmente o de línguas, não é sinônimo de uma vida cheia do Espírito Santo, de uma vida de santidade (os demônios podem orar em línguas). O termômetro para isso é a presença do Fruto do Espírito em nossas vidas (Gálatas 5) e não dos dons.
O dom de línguas é o único que pode trazer edificação pessoal, caso não haja interpretação. (1 Co.14.2), mas há o incentivo de Paulo para que profetizemos (e não oremos em línguas) pois assim a igreja é edificada (vs.3,4). Veja que dom de línguas sem interpretação é como instrumentos que não se entende seu som (v.7-9), e novamente ele vai repetir a questão de edificar a igreja (v.12).
Em Romanos 12 o mesmo apóstolo Paulo nos incentiva a entregar a Deus um culto racional. Um culto com a mente, com a razão. Não é de estranhar a preocupação de Paulo, pois ele sabia que orando em línguas (pois ele tinha esse dom), a mente não entende absolutamente nada, mas o espírito é edificado (um mistério espiritual): Porque, se eu orar em outra língua, o meu espírito ora de fato, mas a minha mente fica infrutífera (v.14). E nessa questão, a grande preocupação é com a evangelização: Se, pois, toda a igreja se reunir no mesmo lugar, e todos se puserem a falar em outras línguas, no caso de entrarem indoutos ou incrédulos, não dirão, porventura, que estais loucos? (v.23) O escândalo e o fato de não entenderem absolutamente nada, afastando assim o que precisa ouvir a Palavra da igreja, era uma grande preocupação de Paulo (e deve ser nossa hoje).
Até mesmo numa igreja pentecostal, nem todos possuem o dom de línguas. E quando todos oram em línguas ao mesmo tempo, aquela pessoa não é edificada. Ela fica triste, constrangida e calada. Talvez você me diga: Isso porque ela ainda não foi batizada com o Espírito Santo? Absolutamente NÃO! Veremos abaixo que para ser batizado no Espírito Santo não precisa haver evidências de línguas. O princípio original dos dons é a edificação da igreja e no caso dos dons de línguas isso somente acontecerá se houver a interpretação: Que fazer, pois, irmãos? Quando vos reunis, um tem salmo, outro, doutrina, este traz revelação, aquele, outra língua, e ainda outro, interpretação. Seja tudo feito para edificação. No caso de alguém falar em outra língua, que não sejam mais do que dois ou quando muito três, e isto sucessivamente, e haja quem interprete. MAS, NÃO HAVENDO INTÉRPRETE, FIQUE CALADO NA IGREJA, FALANDO CONSIGO MESMO E COM DEUS (vs.26-28).
Deixo a você a seguinte pergunta: Porque é que nesse capítulo (e não em outro) Paulo resolveu escrever: “Tudo, porém, seja feito com decência e ordem” (v.40)?
Quanto aceitamos Jesus, recebemos o “dom” do Espírito, que é a presença Dele em nós, seu selo (e não um dom espiritual específico). Isso pode ser evidenciado nos textos: Atos 2.37-41 (interessante que Pedro orienta que haja arrependimento, batismo e então, receberiam o “dom” do Espírito Santo. Se esse dom fosse o de línguas, porque no v. 41, onde mostra o cumprindo da orientação, não é relatado eles orando em línguas? Lembro que o historiador Lucas era atento aos detalhes, como o fez, nos outros textos. Porque esse dom é a presença, ou batismo, do Espírito Santo); Efésios 1.13, 4.30; Atos 11.17. Esse dom (presente) para salvação é o Espírito Santo em nós (ora, dons espirituais não são para salvação, mas para edificação).
Após Atos 2, aconteceram 3 descidas (batismos) do Espírito Santo:
1º em Atos 8.14-25 onde NÃO houve manifestação de línguas;
2º em Atos 10.44-48 onde HOUVE a manifestação de línguas;
3º em Atos 19.1-7 onde HOUVE línguas E profecias.
Não há, portanto, a obrigatoriedade e a exigência de que para ser batizado no Espírito Santo tem que haver línguas. Os três textos acima não nos mostram um padrão de comportamento do Espírito Santo. Pode acontecer sim, mas aquele não ora em línguas, deve crer sim que recebeu (foi batizado) no Espírito Santo.
Hoje, pastor de uma igreja tradicional, tenho a dizer ao meu rebanho que os dons espirituais estão vigentes em nosso tempo SIM! E há espaço em nossa igreja para aqueles que oram em línguas, que profetizam, que revelam. Porém, seguimos o que a Palavra nos ensina. No caso das línguas, por exemplo, no culto coletivo (ou em outras reuniões, como grupos nos lares, oração, etc...), apenas ouvirei e aceitarei as línguas se houver interpretação. Do contrário, que ore em casa.
Que tal se tradicionais e pentecostais obedecem a Palavra?

Pr. Lucas Ferreira

3 comentários:

  1. É uma vergonha que batistas acreditem na língua criada pelo movimento pentecostal. Toda pessoa que diz que fala ou que falou língua estranha está mentindo.Intimidados com a mentira dos pentecostais de que, quem não fala em línguas não tem o Esp. Santo, pessoas mentem falar linguas só para não serem chamadas de pessoas sem o Espírito Santo. Uma pessoa que finge estar falando uma língua mentirosa, não é convertida porque o convertido é adulto no entendimento e é verdadeiro e não mentiroso. O dom de línguas era de línguas estrangeiras , tanto em atos como em coríntios, e Paulo só fala para ninguém proibir porque naquela época era necessário, pois não havia curso de idiomas e por causa da separação de línguas na Torre de Babel, as línguas foram confundidas e muitas nações não entendiam a língua das ourtas.Sou batista, e sei o quanto está sendo difícil conviver com a influência pentecostal que os batistas estão deixando entrar e arruinar a verdade na igreja. Acordem! Se vocês batistas pregam que acreditam na língua mentirosa criada pelos pentecostais, mas não vivem gritando e fingindo como eles, então para qualquer membro que acredite também nessa farça, é muito mais vantajoso ir para uma igreja pentecostal a ficar numa que acredita, mas não fala.

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  2. Toda opinião nesse blog é respeitada, inclusive, de fariseus, como esta. Os fariseus eram julgadores e donos da verdade, como o teor escrito. Porém, algo uma verdade é que sabíamos quem eles eram; seus nomes, Anãs, Caifás, Nicodemos, etc... O que não acontecem com quem é covarde em atacar e não se identificar, tornando, ainda, ao meu ver, pior que um fariseu.

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