Prefiro ser surdo!


“Mas os filhos de Belial disseram: Como poderá este homem salvar-nos? E o desprezaram e não lhe trouxeram presentes. Porém Saul se fez de surdo.” 1 Samuel 10.27

Saul acabara de ser ungido como Rei de Israel, conforme pedido do povo a Samuel. O povo sentia-se desorientado perante as batalhas e invejou as outras nações por que elas tinham um rei e eles não. Apesar desse pedido ter soado de maneira ruim aos ouvidos do Senhor (1 Sm.8.7; 10.19), Este, pela sua permissão, atendeu o pedido do povo, orientando que Samuel ungisse a Saul como rei.
Começa então, o período monárquico na nação de Israel, vindo posteriormente, Davi e Salomão, antes da divisão do reino. No texto acima, como em toda novidade, sempre há rejeições. Os rebeldes eram chamados de “filhos de belial”, e questionaram a nomeação de Saul, com desprezo.
O mais interessante, e onde quero chamar a atenção para essa meditação, foi a atitude de Saul. O texto diz que ele “se fez de surdo”. Saul, já na prerrogativa de Rei, poderia de mandando matar ou prender aqueles rebeldes. Ele tinha direito a isso, mas não o fez.
Já dizia o jargão popular: “É melhor ser surdo do que ouvir isso”. Muitas vezes, dentro de casa, da igreja, no trabalho, no relacionamento conjugal e familiar, dentro do ônibus, no trânsito, na fila do banco, no médico, etc... São inúmeras situações no nosso dia-a-dia que somos provocados, na equação de que toda ação tem uma reação, a reagir, explodir, dar uma resposta, etc... Quase sempre nossa reação não trará absolutamente nada de benéfico a nós. As vezes, logicamente, é necessário algum tipo de resposta, de atitude. Mas o que quero chamar sua atenção nessa leitura é que, quantas vezes poderíamos ter nos feito de surdo e evitado uma situação ainda pior? Quantas vezes poderíamos ter permitido a ofensa ter “entrado por um ouvido e saído pelo outro?
O problema é que muitas vezes permitimos que entre por um ouvido e vá direto ao nosso coração. É onde as setas do diabo inflamam com seu veneno nosso coração, que já manda um comando pro cérebro formulando uma reação. É quando a coisa piora. E aí uma grande bola de neve se inicia, pois um fala, o outro retruca, e muitas vezes em ambiente público, perto de outras pessoas, e em muitos casos, que têm conhecimento que somos cristãos (acaba virando um mau testemunho).
Nem sempre devemos nos fazer de surdos, mas em boa parte dele. Agir assim e ter controle sobre aquilo que realmente vai afetar sua vida. Muitos acabam desenvolvendo problemas emocionais e físicos (atenção cardíacos!) por conta das coisas que ouvem, mas não propriamente pelo que ouvem, mas por que deixarem que chegue ao coração.
A orientação de Paulo é “julgai todas as coisas, retende o que é bom” (1Ts.5.21). Dentre essas coisas, principalmente aquilo que ouvimos.
Tenha certeza querido irmão, que ser surdo, muitas vezes, é sinônimo de sabedoria e saúde física, emocional e espiritual. Busque diariamente, essa “santa surdez”.
Pr. Lucas Ferreira

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